No texto o Modelo dos Modelos de Ítalo Calvino, o mesmo vai em busca de novas configurações para sua prática. Ele se depara com situações novas e vai em busca de outras mais e encontra-as, incansavelmente acreditando que existe uma saída existe uma solução para sua inquietude.
Estabelecendo uma relação com o AEE, é dessa forma que o professor especialista deve ter em mente, pois o nosso desafio é grande, estamos praticando algo novo, algo que muitas vezes é motivo de incômodo para os aqueles que estão em nossa volta, porém assim como o autor do texto devemos ser incansáveis na busca pela solução e pelas respostas, desenvolvendo estratégias de ações novas e/ou pesquisando práticas que nos dê subsídios para a prática do AEE dentro e fora da Sala de Recursos Multifuncionais.
quinta-feira, 10 de julho de 2014
domingo, 8 de junho de 2014
O sistema SCALA
Quando se fala de alunos com deficiência, cria-se uma angústia voltada para o ensino-aprendizagem destas crianças. Tratando-se de alunos com TGD não é diferente, visto que surgem tantas indagações de como deve ser a metodologia utilizada para incluir estes alunos tanta de forma comunicativa, quanto na interação social, levando assim o grupo a compreender e aceitar um comportamento tão singular. Abaixo será descrito alguns recursos que podem focar tanto a ampliação das formas de comunicação, o comportamento ou a interação social do aluno.
Em 2011, iniciou-se o desenvolvimento do Sistema SCALA de uma versão Web, nos módulos prancha e narrativas visuais (para construção de histórias) com características e elementos semelhantes aos que serão apresentados na versão dispositivo móvel tablet (Android), descritas no decorrer deste trabalho. A versão web, nestes dois módulos, já está disponível ao público, para acessá-la o link é: http://scala.ufrgs.br/Scalaweb. Para utilizá-lo é necessário fazer um cadastro, onde o usuário se inscreve um login e senha para usos posteriores da tecnologia assistiva.
O sistema SCALA como o próprio nome diz é um Sistema de Comunicação Alternativa para Letramento de pessoas com Autismo.
Autismo). Foi desenvolvido, como recurso de apoio a processo inclusivos de pessoas. É um sistema de comunicação alternativa gratuito. Esta disponível em duas versões: web (http://scala.ufrgs.br/Scalaweb/) e dispositivo móvel tablet abdroid (download - http://scala.ufrgs.br/). Possui um módulo para construção de pranchas de comunicação, e o módulo narrativas visuais para construção de histórias. Abaixo indicamos uma ilustração para visualizar melhor este recurso que é de suma importância para a aprendizagem de pessoas autistas.
O módulo prancha possui as seguintes funcionalidades:
• Abrir: abre uma prancha salva anteriormente.
• Salvar: salva a prancha ou história atual, para ser posteriormente utilizada.
• Desfazer: desfaz a última operação realizada.
Importar: importa uma imagem da galeria de imagens para a Categoria “Minhas
Imagens”.
• Exportar: salva a prancha ou história como arquivo de imagem.
• Layout: dá cinco opções de layout para criação de pranchas ou histórias
simples ou mais complexas, conforme a necessidade de uso.
• Limpar: limpa todo o conteúdo da prancha ou história aberta.
• Imprimir: dá a opção da impressão da prancha.
• Visualizar: mostra a prancha de forma mais ampla, e possibilita a reprodução
sonora.
Ajuda: apresenta um tutorial objetivo de todas as funcionalidades do módulo.
Os pictogramas utilizados no sistema foram, em sua maioria, desenvolvidos pelo
grupo ARASAAC (http://www.catedu.es/arasaac/).
O design da interface foi cuidadosamente elaborado para atingir o público-alvo (autismo), com formas simples, com poucos detalhes, de forma amigável e intuitiva, direcionada ao público infantil. A utilização de pictogramas, sintetizador de voz, e espaços de edição fazem parte do sistema e promovem uma tentativa de construir as relações cognitivas necessárias à comunicação e letramento de crianças com autismo. O desenvolvimento, ocorreu sempre focado na ideia de atingir um alto nível de usabilidade, objetividade e atratividade.
A metodologia de uso do Sistema SCALA está fundamentada em pressupostos da teoria sócio-histórica, por entende-se que o desenvolvimento humano ocorre do seu nascimento a sua morte. Ele sucede-se em ambientes culturalmente organizados e com regras sociais estabelecidas, por meio de interações realizadas com parceiros, ou seja, entre duas ou mais pessoas que têm um papel ativo. O desenvolvimento se dá, portanto, na interação social, sendo impossível separar as pessoas, as interações e os contextos. Dessa forma, o sujeito não é analisado individualmente, mas, sempre em interação com os diferentes contextos.
O SCALA mostra-se efetivo para apoiar a comunicação em processos inclusivos. Contribuindo para que a criança participe de atividades em sala, produções de textos, ajuda também a criança a interagir dando a mesma vez e voz. Desta forma o sistema SCALA pode ser utilizado na sala do AEE, mas principalmente na sala de aula.
Para outras sugestões de recursos, visitar os links abaixo:
1) Tecnologia Assistiva – Miryam Pelosi -
http://www.comunicacaoalternativa.com.br/ [acesso em 30/05/2014].
2) ARASAAC - Portal Aragones de Comunicação Alternativa e Ampliada -
http://www.catedu.es/arasaac/ [acesso em 30/05/2014].
Referências Bibliográficas:
BEZ, M. R. ; PASSERINO, L. M. Viajando pelos caminhos da comunicação: Tecnologia móvel SCALA com crianças com autismo incluídas na educação infantil. In: Liliana Maria Passerino; Maria Rosangela Bez; Ana Cristina Cypriano Pereira; Adriana Peres. (Org.). Comunicar para Incluir. 1ed.Porto Alegre: CRBF, 2013, v. 1, PP. 173-193.
BEZ, M. R. Recursos Tecnológicos de Apoio para TEA. Curso de AEE - UFC. Disciplina: AEE E TGD. 2014.
1) Tecnologia Assistiva – Miryam Pelosi -
http://www.comunicacaoalternativa.com.br/ [acesso em 30/05/2014].
2) ARASAAC - Portal Aragones de Comunicação Alternativa e Ampliada -
http://www.catedu.es/arasaac/ [acesso em 30/05/2014].
Em 2011, iniciou-se o desenvolvimento do Sistema SCALA de uma versão Web, nos módulos prancha e narrativas visuais (para construção de histórias) com características e elementos semelhantes aos que serão apresentados na versão dispositivo móvel tablet (Android), descritas no decorrer deste trabalho. A versão web, nestes dois módulos, já está disponível ao público, para acessá-la o link é: http://scala.ufrgs.br/Scalaweb. Para utilizá-lo é necessário fazer um cadastro, onde o usuário se inscreve um login e senha para usos posteriores da tecnologia assistiva.
O sistema SCALA como o próprio nome diz é um Sistema de Comunicação Alternativa para Letramento de pessoas com Autismo.
Autismo). Foi desenvolvido, como recurso de apoio a processo inclusivos de pessoas. É um sistema de comunicação alternativa gratuito. Esta disponível em duas versões: web (http://scala.ufrgs.br/Scalaweb/) e dispositivo móvel tablet abdroid (download - http://scala.ufrgs.br/). Possui um módulo para construção de pranchas de comunicação, e o módulo narrativas visuais para construção de histórias. Abaixo indicamos uma ilustração para visualizar melhor este recurso que é de suma importância para a aprendizagem de pessoas autistas.
O módulo prancha possui as seguintes funcionalidades:
• Abrir: abre uma prancha salva anteriormente.
• Salvar: salva a prancha ou história atual, para ser posteriormente utilizada.
• Desfazer: desfaz a última operação realizada.
Importar: importa uma imagem da galeria de imagens para a Categoria “Minhas
Imagens”.
• Exportar: salva a prancha ou história como arquivo de imagem.
• Layout: dá cinco opções de layout para criação de pranchas ou histórias
simples ou mais complexas, conforme a necessidade de uso.
• Limpar: limpa todo o conteúdo da prancha ou história aberta.
• Imprimir: dá a opção da impressão da prancha.
• Visualizar: mostra a prancha de forma mais ampla, e possibilita a reprodução
sonora.
Ajuda: apresenta um tutorial objetivo de todas as funcionalidades do módulo.
Os pictogramas utilizados no sistema foram, em sua maioria, desenvolvidos pelo
grupo ARASAAC (http://www.catedu.es/arasaac/).
O design da interface foi cuidadosamente elaborado para atingir o público-alvo (autismo), com formas simples, com poucos detalhes, de forma amigável e intuitiva, direcionada ao público infantil. A utilização de pictogramas, sintetizador de voz, e espaços de edição fazem parte do sistema e promovem uma tentativa de construir as relações cognitivas necessárias à comunicação e letramento de crianças com autismo. O desenvolvimento, ocorreu sempre focado na ideia de atingir um alto nível de usabilidade, objetividade e atratividade.
A metodologia de uso do Sistema SCALA está fundamentada em pressupostos da teoria sócio-histórica, por entende-se que o desenvolvimento humano ocorre do seu nascimento a sua morte. Ele sucede-se em ambientes culturalmente organizados e com regras sociais estabelecidas, por meio de interações realizadas com parceiros, ou seja, entre duas ou mais pessoas que têm um papel ativo. O desenvolvimento se dá, portanto, na interação social, sendo impossível separar as pessoas, as interações e os contextos. Dessa forma, o sujeito não é analisado individualmente, mas, sempre em interação com os diferentes contextos.
O SCALA mostra-se efetivo para apoiar a comunicação em processos inclusivos. Contribuindo para que a criança participe de atividades em sala, produções de textos, ajuda também a criança a interagir dando a mesma vez e voz. Desta forma o sistema SCALA pode ser utilizado na sala do AEE, mas principalmente na sala de aula.
Para outras sugestões de recursos, visitar os links abaixo:
1) Tecnologia Assistiva – Miryam Pelosi -
http://www.comunicacaoalternativa.com.br/ [acesso em 30/05/2014].
2) ARASAAC - Portal Aragones de Comunicação Alternativa e Ampliada -
http://www.catedu.es/arasaac/ [acesso em 30/05/2014].
Referências Bibliográficas:
BEZ, M. R. ; PASSERINO, L. M. Viajando pelos caminhos da comunicação: Tecnologia móvel SCALA com crianças com autismo incluídas na educação infantil. In: Liliana Maria Passerino; Maria Rosangela Bez; Ana Cristina Cypriano Pereira; Adriana Peres. (Org.). Comunicar para Incluir. 1ed.Porto Alegre: CRBF, 2013, v. 1, PP. 173-193.
BEZ, M. R. Recursos Tecnológicos de Apoio para TEA. Curso de AEE - UFC. Disciplina: AEE E TGD. 2014.
1) Tecnologia Assistiva – Miryam Pelosi -
http://www.comunicacaoalternativa.com.br/ [acesso em 30/05/2014].
2) ARASAAC - Portal Aragones de Comunicação Alternativa e Ampliada -
http://www.catedu.es/arasaac/ [acesso em 30/05/2014].
segunda-feira, 21 de abril de 2014
DIFERENCIANDO SURDOCEGUEIRA E DMU
SURDOCEGUEIRA
X DMU (DEFICIÊNCIA MÚLTIPLAS)
Muito
se acredita que a DMU ( Deficiência Múltipla) é a mesma coisa que
surdocegueira, ou melhor, a maioria das pessoas acreditavam que a
surdocegueira estava inclusa nas deficiências múltiplas. Porém, a
realidade é que ambas se distinguem uma da outra.
1.
Definição e Implicações da Surdocegueira. Denomina-se surdocego
àquele que possui dificuldades visuais e auditivas,
independentemente da sua quantidade.
Surdocegueira
é uma deficiência que apresenta perda auditiva e visual
concomitantemente em diferentes graus, levando a pessoa com
surdocegueira a desenvolver várias formas de comunicação para
entender e interagir com as pessoas e o meio ambiente, de forma a ter
acesso às informações, vida social com qualidade, orientação,
mobilidade, educação e trabalho. Grupo Brasil – 2003
A
surdocegueira é uma limitação que se caracteriza por:
-
Sérios problemas relacionados com a comunicação com o meio.
-
Sérios problemas relacionados com a orientação no meio.
-
Sérios problemas relacionados à obtenção de informação.
(McINES, John Programming for congenital and early adventitios
deafblind adults).
2.
Tipos de Surdocegueira
A
surdocegueira pode ser:
•
Congênita
•
Adquirida
CONGÊNITA:
Denomina-se surdocego congênito quem nasce com esta única
deficiência,
como por exemplo pela rubéola adquirida no ventre da mãe.
ADQUIRIDA:
A surdocegueira adquirida é quando a pessoa nasce ouvinte, vidente,
surda
ou cega e adquire, por diferentes fatores, a surdocegueira.
Na
surdocegueira adquirida o indivíduo deverá aprender a usar os
canais sensoriais remanescentes para receber informações
sensoriais. Bem também como aprender de maneira tátil atividades
que sabia fazer.
Já
na congênita é preciso aprender a usar os canais sensoriais
remanescentes para receber informações sensoriais. Aprender pelo
tato para desenvolver conceitos e linguagem- cognição tátil.
2.
Definição e Implicação da Deficiência Múltipla (DMU).
“O
termo deficiência múltipla tem sido utilizado, com frequência,
para caracterizar o conjunto de duas ou mais deficiências
associadas, de ordem física, sensorial, mental, emocional ou de
comportamento social. No entanto, não é o somatório dessas
alterações que caracterizam a múltipla deficiência, mas sim o
nível de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de
comunicação, interação social e de aprendizagem que determinam as
necessidades educacionais dessas pessoas”. (MEC, SEESP, Educação
Infantil: Saberes e práticas da inclusão; 4, 2003, p. 11 ).
São
consideradas pessoas com deficiência múltipla sensorial-visual
(MDVI), quando há a Deficiência Visual (baixa visão ou cegueira)
associada a uma ou mais deficiências (intelectual, física/ motora)
ou a transtornos globais do desenvolvimento e distúrbios de
comunicação e que necessita de programas que favoreçam o
desenvolvimento das habilidades funcionais dessas pessoas, visando ao
máximo de sua independência e uma comunicação eficiente. (MAIA et
al, 2008, p.14).
São
consideradas pessoas com deficiência múltipla sensorial-auditiva
(MDHI) quando há deficiência auditiva/surdez associada à
deficiência intelectual ou a deficiência físico motora ou a ambas,
ou a Transtornos Globais do Desenvolvimento. (MAIA et al, 2008,
p.14).
Tanto
na surdocegueira como na Deficiência Múltipla, em ambos os casos é
necessário:
Iniciar
as instruções com atividades das mais
simples
para as mais complexas.
•
Dividir
as instruções em etapas;
•
Partir
do concreto para o abstrato;
•
Respeitar
o ritmo de aprendizagem;
•
Repetir
as instruções/atividades em situações
variadas,
de forma diversificada;
•
Explicar
o que poderá acontecer em situações
novas,
como por exemplo, no inicio da aula de
educação
física, as regras de um jogo novo;
•
Dar
suporte e orientação aos que cuidam da
pessoa
com deficiência;
A
comunicação na DMU COMUNICAÇÃO acontece nas interações
sociais e envolve a comunicação receptiva e expressiva a
comunicação envolve a transmissão de informação entre dois ou
mais indivíduos e pode realizar-se por meio do uso de formas de
comunicação simbólicas ou não simbólicas. Estabelecer a
necessidade para comunicar (para ajudar a criança a ter uma razão
para comunicar. pode fazer-se uma pausa numa rotina agradável);
criar oportunidades para a criança poder comunicar na rotina;
aceitar e reforçar os atos comunicativos usados pela criança;
observar a forma, a função e as intenções comunicativas dos
comportamentos comunicativos e descrevê-las cuidadosamente; observar
se há consistência na comunicação;
Modos
de comunicação:
Existem
dois modos, os de Comunicação Expressiva e os de Comunicação
Receptiva:
Saída
Motora/Oral
Vocalizações:
choro, arrulho, murmúrio, gorjeio, grunhido, riso, choramingo,
grito.
Sons
vogais, pares consoante-vogal, jargões similares a palavras
Palavras
faladas
Entrada
Visual
Expressões
faciais
Gestos
Língua
de sinais
Símbolos
de objetos
Símbolos
de imagens
Palavras
impressas
Saída
Motora/
Movimentos
Corporais (cabeça, membros, mudança postural no tônus do corpo)
Expressões
faciais
Gestos
Olhar
fixo
Sinais
manuais
Entrada
Auditiva
Sons
do ambiente
Registro
e entonação da fala
Palavras
faladas
Saída
Aumentativa/ Alternativa
(exige
comportamento seletivo motor/gestual e
compreensão
de sistema simbólico)
Símbolos
táteis
Símbolos
de imagem
Símbolos
de objeto
Palavras
escritas
Aparelhos
de comunicação de alta tecnologia que
utilizem
um dos sistemas simbólicos acima
Entrada
Tátil
Manuseio/toque/movimento
Sugestões
por toques específicos
Símbolos
de objeto
Sinais
táteis (mão com mão)
Palavras
em Braille
Abaixo
listamos alguns aspectos que podem influenciar nas interações da
pessoa com deficiência múltipla e surdocegueira congênita:
•
O
tempo em que esteve separada dos pais, no caso de ter ficado
internado na unidade dos cuidados
intensivos,
•
Os
problemas de saúde graves que podem levá-la a ter pouco contato
físico com os pais,
•
Os
níveis de alerta muito baixos podem não ser suficientes para que
estabelecer a vinculação;
•
Os
níveis de agitação extremamente elevados conduzem a uma super
estimulação,
•
As
pistas de comunicação são de difícil processamento,
•
As
limitadas capacidades que o adulto tem para ler e dar pistas as
pessoas com deficiências múltiplas (Fraiberg, 1977;van Dijk, 1999).
Referências
Bibliográficas:
SERPA,
Ximena Fonegra, Comunicação para Pessoas com Surdocegueira.
Tradução do livro Comunicacion para Persona Sordociegas,
INSOR-Colômbia 2002.
MAIA,
Rodrigue Shirley: Deficiência Múltipla Deficiência Múltipla
Sensorial/ Surdoceguiera, Fortaleza, 2013;
sábado, 8 de março de 2014
Aprendendo com Damázio e Ferreira
A educação escolar da pessoa
com surdez Segundo Damazio e Ferreira
A pessoa com surdez não deve ser compreendida
como uma pessoa deficiente pois ela não o é, ela é uma pessoa que tem perda
sensorial auditiva, e que possui todos os seus mecanismos de aprendizagem
reservados. Damazio e Ferreira (2010).
Por isso, devemos acabar com os
confrontos acerca de qual tendência é a melhor a ser adotada, devemos utilizar
uma abordagem a qual leve o aluno a participar da comunidade ouvinte sem perder
suas peculiaridades de não ouvinte. Pois se as pessoas com surdez participarem
de um ambiente estimulador que lhes propiciem o desenvolvimento de suas potencialidades
ela não terá nenhuma dificuldade para aprendizagem, porém não se pode negar que
o nosso sistema educacional necessita de reformas, pois os alunos ouvintes
muitas vezes passam pelas séries iniciais sem
serem alfabetizados.
O problema da educação das pessoas com surdez
não pode continuar sendo centrado nessa ou naquela língua, como ficou até
agora, mas deve levar-nos a compreender que o foco do fracasso escolar não está
só nessa questão, mas também na qualidade e na eficiência das práticas
pedagógicas. (Damazio e Ferreira)
O bilingüismo trás uma proposta
inovadora que perpassa o oralismo e a comunicação total, entende-se que não se pode
preparar o aluno com surdez para atuar na comunidade ouvinte utilizando apenas
as práticas oralistas, negando a gestualidade, também não se pode segregar este
aluno em guetos criando uma cultura surda, pois a libra não e uma língua que
territorializa.
Para nós, a pessoa com surdez não é
estrangeira em seu próprio país, mas usuária de um sistema lingüístico com
características e status próprios, no
qual cognitivamente se organiza e estrutura o pensamento e a linguagem nos
processos de mediação simbólica, na relação da linguagem/pensamento/realidade e
práxis social.
È preciso sim, o ensino de libras em
consonância com a língua portuguesa, porém o uso da língua de sinais nas
escolas não ira resolver os problemas, visto que as pessoas ouvintes também apresentam problemas
de aprendizagem mesmo chegando na escola
apresentando a língua oral, é necessário que a escola ofereça não só apenas para
a pessoa com surdez, mas também para os alunos ouvintes condições favoráveis para
aprendizagem, é preciso que a escola ofereça condições destes alunos
estabelecerem mediações simbólicas com o meio físico e social, provoque a capacidade representativa dessas pessoas,
desenvolva o pensamento, a linguagem e a produção de sentidos.
A aquisição da
língua de sinais, de fato, não é garantia de uma aprendizagem significativa. O ambiente em que a pessoa com surdez está inserida, em especial,
o da escola comum, uma vez que não lhe oferece condições para que se
estabeleçam mediações simbólicas com o meio físico e social, não exercita ou
provoca a capacidade representativa dessas pessoas, conseqüentemente,
compromete o desenvolvimento do pensamento, da linguagem e da produção de
sentidos.
O Atendimento educacional para pessoas
com surdez por meio da política nacional de educação na perspectiva da educação
inclusiva vem com uma proposta de disponibilizar
recursos para que aconteça o atendimento
como função de organizar e complementar o trabalho da classe comum.
O Decreto 5.626 de 5 de dezembro de 2005, que
determina o direito de uma educação que garanta a formação da pessoa com
surdez, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente
na sua modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às
duas línguas ocorra de forma simultânea
no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo o processo
educativo. (Damazio e Ferreira).
Assim sendo, a organização didática do AEE PS é
idealizada mediante a formação do professor e do diagnóstico inicial do aluno
com surdez, em seguida, o professor elabora o plano AEE PS, envolvendo três
momentos didático-pedagógicos: Atendimento Educacional Especializado em Libras;
Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa
escrita; e o atendimento educacional especializado para o ensino de Libras.
Este plano de AEE PS deve respeitar o ambiente comunicacional das duas línguas
e a participação ativa e interativa dos alunos com surdez, assegurando uma
aprendizagem efetiva.
O
AEE em Libras ocorre diariamente, em horário contrário aos das sala de aula
comum. Nesse atendimento, o professor acompanha o plano de conteúdo oficial da
escola de acordo com a série ou ciclo que o aluno está cursando. A organização
didática do espaço de ensino é rica em imagens visuais e de todos tipos de
referências que possam colaborar com o aprendizado dos conteúdos curriculares.
O
AEE de libras constitui um momento didático-pedagógico para os alunos com
surdez incluídos na escola comum. O atendimento inicia-se com o diagnóstico do
aluno e ocorre de acordo com a necessidade, em horário contrário aos das aulas,
na sala de aula comum. Esse trabalhado é realizado pelo professor e/ou
instrutor de libras (preferencialmente, por profissionais com surdez), de
acordo com o estágio de desenvolvimento da língua de sinais em que o aluno se
encontra. O atendimento deve ser planejado com base no diagnóstico do
conhecimento que o aluno tem a respeito da língua de sinais.
O Atendimento Educacional Especializado para
o ensino da Língua Portuguesa acontece na sala de recursos multifuncionais e em
horário diferente ao da sala comum. O ensino é desenvolvido por um professor,
preferencialmente, formado em Língua Portuguesa e que conheça os pressupostos
lingüísticos teóricos que norteiam o trabalho, e que, sobretudo acredite nesta
proposta estando disposto a realizar as mudanças para o ensino do português aos
alunos com surdez. (Damazio e Ferreira)
Permitir
que as pessoas com surdez se apropriem dos atos de produção de textos em
quaisquer sistemas semióticos, especialmente dos sistemas lingüísticos – em sua
modalidade escrita – é torná-las competentes em seus discursos, dar-lhes
oportunidades de interações nas práticas escritas da língua oficial, torná-las
sujeito de saber e poder, com criatividade e arte.
Referencias bibliográficas:
Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional Especializado em Construção, p. 46-57.
Referencias bibliográficas:
Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional Especializado em Construção, p. 46-57.
Assinar:
Postagens (Atom)